terça-feira, 6 de agosto de 2013

Amor perdido II





Escrevo agora numa folha já usada; já pensada; já escrita. Há uma certa semelhança com a nossa relação: ambas já haviam sido pensadas. Mas mesmo pensada nós "resolvemos" deixar acontecer, o que nesse caso, significa deixar-se envolver. Como eu mesma disse, estava evitando qualquer tipo de aproximação pois sabia que seria "demais", e no final das contas  esse demais tornou-se negativo, porque foi mais do que poderíamos suportar naquele momento e naquelas condições. Nós não soubemos lidar com algo tão grande e avassalador e a situação acabou fugindo do nosso controle; do meu, ao menos. Eu, que gosto de coisas bem resolvidas... Me aventurando em algo tão incerto e imprevisível; que terrível!
Estou pensativa nesses últimos dias e olha só, faz menos de 1 semana, mas parece 1 ano. Eu ainda tenho guardada em mim a sua declaração de amor. Queria poder tirá-la do plano, ou melhor, nunca tê-la ouvido, porque tirar do plano eu não posso, isso cabe somente a você.
Eu realmente não consigo te odiar, por mais razões que eu tenha... Eu até fico enraivecida às vezes, mas comigo mesma; por ter me entregado tão completamente a um sentimento que eu já sabia que se transformaria em mais uma decepção.
Eu só acho que no seu ímpeto de me fazer feliz tudo o que você conseguiu foi me fazer sofrer. Mas eu não te culpo, não te culparei. Fui eu. É, fui eu. Eu aceitei o seu contato, te dei espaço na minha vida, no meu coração. Você só foi aceitando esses lugares e ocupando-os como se eles sempre tivessem sido seus e tem horas que eu penso que sempre foram mesmo, que eles estiveram te esperando durante todo esse tempo e que quando você chegou eles te reconheceram como o único capaz de ocupá-los. Faz bastante sentido, eu acho.
Mas, o meu coração não é a questão. A questão é o seu coração. E que questão mais difícil de se responder, de se entender. Na verdade, ela já foi respondida quando nos despedimos, sou eu que me nego a aceitar os fatos. No último sábado, nessa mesma hora eu estava pensando em você, o que não mudou. A diferença é que eu sabia que falaria com você logo em seguida; e hoje, eu não sei nem se voltarei a falar com você em toda minha vida.
Hoje, eu mesmo inteira sou só a metade de mim,
Porque a minha outra metade já não está aqui.
Está por aí tentando se encaixar à vida e costumes de um outro alguém,
E não me impressionaria que a este caia bem.
Porém, há algo que nunca poderemos mudar:
Somos complementares; iguais e diferentes
De um jeito que só a gente entende.

E antes disso, há algo que nunca poderemos esquecer: Nós. Que acabaram em laços... Que agora mais do que nunca, precisam ser desfeitos, porém nunca, jamais esquecidos.

Você sempre será um pedaço de mim
Eu serei sempre um pedaço de você
Mas se é pra ser assim
Então, vai ser!

2 comentários:

  1. Que texto lindo Amanda!
    triste? pode ser.. mas ainda assim majestosamente bem escrito e envolvente.. I'm impressed !

    Mas de toda forma, fico torcendo pra que novos e alegres sentimentos venham a servir de inspiração para textos tão bons quanto esse !

    beijo.

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  2. Que o vento te traga novo ânimo, novo amor e nova paz.

    seu texto está lindo, apesar de imensamente triste.
    beijos

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